A aprovação das contas de WW pela Alerj

RICARDO BRUNO Posto em ostracismo precocemente, após pouco mais de um ano de mandato, o ex-governador Wilson Witzel falseia a realidade para certamente tornar sua fugaz trajetória menos decepcionante. Publicou, nesta quarta-feira, um tuíte em que afirma ter sido absolvido pela Alerj por ter tido suas contas aprovadas.  Insolente, fala em devolução do mandato como…

RICARDO BRUNO

Posto em ostracismo precocemente, após pouco mais de um ano de mandato, o ex-governador Wilson Witzel falseia a realidade para certamente tornar sua fugaz trajetória menos decepcionante. Publicou, nesta quarta-feira, um tuíte em que afirma ter sido absolvido pela Alerj por ter tido suas contas aprovadas.  Insolente, fala em devolução do mandato como se a hipótese fosse crível.

Para desfazer a ardilosa argumentação deste personagem menor da política fluminense é necessário separar o joio do trigo. WW, ou o ex-juiz 171 na definição do prefeito Eduardo Paes, foi apeado do poder, num pioneiro processo de impeachment contra governadores de estado no país, por ter cometido crime de improbidade administrativa no exercício do cargo. Praticou ato de ofício favorecendo empresas em meio a um caudaloso esquema de corrupção no momento mais grave da pandemia. Envolveu-se até o pescoço no lodo das relações promíscuas com organizações sociais e afins, usando a gravidade da situação para dar curso a seus objetivos cavilosos.

Já a aprovação das contas pelo mesmo Parlamento que o condenara cumpre objetivo diverso. Visa a verificar o cumprimento das exigências constitucionais e do regramento  sobre a  distribuição de recursos nas rubricas orçamentárias executadas. Examina, portanto, se as formalidades legais no rateio das verbas foram observadas. Se em meio a utilização destes valores houver corrupção  e/ou crime de responsabilidade isto será matéria para uma CPI, como, de fato, o foi.

Em 2019, o governador Pezão estava preso, registre-se injustamente, e suas contas também foram aprovadas pela Alerj. São fatos diferentes, apartados por critérios técnicos.

Ao juntá-los, WW tenta confundir, usando argumentos capciosos mas desprezíveis, pois absolutamente infundados.  O  malabarismo retórico do reclamante tem um quê de  histriônico. Nada mais pode ser levado a sério.

 De resto, WW deve ser esquecido com a mesma velocidade com que se lambuzou no poder. Por sua irrelevância política e moral.

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