Bolsonaro mete a mão na PF de Brasília para proteger o filho

Rede Brasil Atual – O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, fiel ao presidente Jair Bolsonaro, decidiu substituir o delegado Hugo de Barros Correia do cargo de superintendente do órgão no Distrito Federal. É a superintendência do DF a responsável por dois dos principais inquéritos que hoje preocupam o presidente Jair Bolsonaro. Um deles é…

Rede Brasil Atual – O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, fiel ao presidente Jair Bolsonaro, decidiu substituir o delegado Hugo de Barros Correia do cargo de superintendente do órgão no Distrito Federal. É a superintendência do DF a responsável por dois dos principais inquéritos que hoje preocupam o presidente Jair Bolsonaro. Um deles é o inquérito das fake news, que mira em aliados do presidente. A outra investigação tem como alvo suposta prática de tráfico de influência envolvendo o filho “04”, Jair Renan Bolsonaro. Como superintendente, Correia não tocava tais investigações, mas coordenava o núcleo que apura os dois casos.

Para o seu lugar, Maiurino deve indicar um delegado do Rio de Janeiro, reduto da família Bolsonaro. Segundo o Estadão, o delegado foi informado da “demissão” na noite de quinta-feira, por telefone, sem maiores explicações. Correia completou pouco mais de cinco meses no cargo – foi alçado à chefia da unidade da PF no Distrito Federal em maio, no início da gestão de Maiurino.

Ainda segundo o Estadão, a gota d’água foi a operação deflagrada ontem pela PF de busca e apreensão em endereço ligado a uma ex-estagiária do ministro Ricardo Lewandowski. Ela seria uma informante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos infiltrada no STF. O diretor-geral da PF soube da operação pouco antes da deflagração.

A troca ocorre no momento em que a investigação que tem Jair Renan está bem avançada. A apuração foi aberta em março e mira em supostos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro praticados envolvendo o filho “04” de Bolsonaro em favor de um grupo empresarial do setor de mineração.

A proximidade entre o filho do presidente e outras companhias despertaram a atenção não só da PF e do Ministério Público Federal, mas também da CPI da Covid. Documentos obtidos pelo colegiado mostram que Jair Renan recorreu à ajuda de um lobista para abrir sua empresa privada em Brasília.

Outra investigação tocada pela superintendência do DF é relacionada ao inquérito administrativo aberto no âmbito do TSE para apurar ataques ao sistema eleitoral e crimes de abuso de poder econômico e político, uso indevido dos meios de comunicação social, corrupção, fraude, condutas vedadas a agentes públicos. O caso foi aberto depois da “live” em que o presidente Jair Bolsonaro lançou uma série de informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

Foi no âmbito dessa apuração que a PF no Distrito Federal sugeriu ao TSE a ideia de barrar a monetização de canais com conteúdo político, o que atingiu aliados do presidente. “A prática visa, mais do que uma ferramenta de uso político-ideológico, um meio para obtenção de lucro, a partir de sistemas de monetização oferecidos pelas plataformas de redes sociais. Transforma rapidamente ideologia em mercadoria, levando os disseminadores a estimular a polarização e o acirramento do debate para manter o fluxo de dinheiro pelo número de visualizações”, disse a PF em relatório enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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