As medidas tomadas pelo presidente Bolsonaro em benefício de militares e servidores da segurança pública ao longo de sua gestão vão custar pelo menos R$ 27,7 bilhões até o fim de 2022. Apesar da crise nas contas públicas, o segmento obteve aumentos de salários, cargos comissionados e um programa habitacional próprio, o Habite Seguro. As categorias fazem parte da base mais fiel de Bolsonaro, ao lado de evangélicos e
ruralistas. Nas Forças Armadas, somente o aumento de salários e adicionais para militares custará R$ 21,16 bilhões, segundo estimativa do Executivo.
Segundo reportagem do Estadão, “algumas categorias, como a dos militares, não passaram pelo ajuste fiscal que outras passaram. Por exemplo: o agregado dos servidores, com exceção dos militares, não teve reajuste nesses últimos anos, afirma o economista Felipe Salto, diretor executivo da Instituição Fiscal Independente, do Senado Federal. Salto lembra que o orçamento dessas áreas também foi favorecido, caso do Ministério da Defesa.
No ano passado, enquanto a maioria dos servidores teve seus salários congelados por causa dos gastos com a pandemia, o governo reajustou os valores pagos a policiais militares, civis e bombeiros no Distrito Federal, no Amapá, em Roraima e em Rondônia — uma benesse com custo estimado em R$ 1,64 bilhão até 2022.
As benesses para as Forças Armadas foram ainda maiores. Só o aumento de salários e adicionais para os militares custará ao menos R$ 21,16 bilhões até o fim de 2022, segundo estimativa do próprio Executivo. A pasta da Defesa viveu bons tempos em 2019, antes da pandemia de covid-19: o ministério teve um aumento de R$ 4,79 bilhões na parte do seu orçamento que não está ligada a gastos de pessoal, em relação a 2018.
Os R$ 27,7 bilhões despendidos em favor de policiais e militares daria para comprar cerca de 526,6 milhões de doses da vacina contra covid-19 da Astrazeneca, por exemplo — mais do que suficiente para fornecer duas doses do imunizante para cada um dos brasileiros.
Deixe uma resposta