Mercado desiste de acreditar e prevê que pibinho deste ano será microscópico em 2022, derrubando o sonho da reeleição de Bolsonaro

Banqueiros, investidores, especuladores e empresários que compõem um grupo de derradeiros otimistas com o governo indicam que estão abandonando de vez qualquer expectativa de ver a economia entrar nos eixos em 2022 e ajudar a reeleger o presidente da República, num quadro de recuperação. Todos os sites de notícias e jornais comerciais, em suas manchetes,…

Banqueiros, investidores, especuladores e empresários que compõem um grupo de derradeiros otimistas com o governo indicam que estão abandonando de vez qualquer expectativa de ver a economia entrar nos eixos em 2022 e ajudar a reeleger o presidente da República, num quadro de recuperação. Todos os sites de notícias e jornais comerciais, em suas manchetes, informam hoje que o mercado acaba de revisar a perspectiva anterior, de crescimento do PIB entre 1% e 2% no ano que vem, e já apostam em índice que pode ser de apenas 0,4%, acompanhado de recessão, inflação alta e juros nas alturas.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que vai levar a Selic “aonde precisar” para controlar a inflação, mas não mudará o “plano de voo da política monetária” a cada novo número que for divulgado. Campos Neto também criticou a Petrobras por elevar os preços dos combustíveis mais rapidamente do que ocorre no exterior e foi rebatido pelo presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna.

“Não tem puxador de PIB”, disse o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, que reduziu para 0,4% a previsão de crescimento do PIB em 2022. A nova onda de revisão das projeções do PIB foi puxada pelo Itaú Unibanco, que cortou sua estimativa de crescimento para 2022, de 1,5% para 0,5%.

Derreteram rapidamente as projeções de bancos e consultorias para o crescimento do PIB, e já há apostas de alta só de 0,4% em 2022. Não está descartada a possibilidade de uma recessão no rastro do aperto maior de juros que o Banco Central (BC) está tendo de fazer para debelar a alta persistente dos preços.

O cenário de esfriamento da atividade econômica é uma ducha de água fria para Bolsonaro, que já esperava chegar ao ano eleitoral com o PIB em franca recuperação.

O diagnóstico é ruim: as exportações não vão aumentar mais, o crédito está pressionado pelos juros em alta, o consumo esfriando e os investimentos continuarão baixos.

A agricultura, que teve crescimento no primeiro trimestre porque a safra de verão da soja foi muito boa, já não responde da mesma forma. Para complicar, a seca e três geadas num único mês pioraram o quadro, que se juntam aos efeitos da crise hídrica e uma difusão da inflação acima de 70%.

Com a entrada da nova bandeira de energia em setembro, prevê Mendonça de Barros, o IPCA deve fechar em 1% no mês e no acumulado em 12 meses passar de 10%. Para ele, o BC vem correndo “atrás da curva” – termo usado no jargão do mercado para dizer que está atrasado no processo de alta – desde o ano passado e vai agora puxar os juros para cima.

Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou de “rolagem de desgraça” o pessimismo de economistas. Ele disse que, não fosse o que ele chama de “barulho político”, o câmbio de equilíbrio no Brasil estaria hoje entre R$ 3,80 e R$ 4,20 – a moeda americana fechou ontem em R$ 5,26. “Esse dólar já era para estar descendo, mas barulho político não deixa descer.”

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