MP denuncia que oito funcionários fantasmas do gabinete de Carlos Bolsonaro recebiam da Câmara do Rio e trabalhavam em outros locais, o que comprova ‘rachadinha’

Oito ex-funcionários do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) mantiveram, no período em que estiveram nomeados no gabinete, ocupações consideradas incompatíveis com o trabalho de assessor na Câmara de Vereadores. A conclusão do Ministério Público do Rio (MP-RJ), noticiada pelo Globo, foi apresentada à 1ª Vara Criminal Especializada do Rio na investigação que apura a existência de…

Oito ex-funcionários do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) mantiveram, no período em que estiveram nomeados no gabinete, ocupações consideradas incompatíveis com o trabalho de assessor na Câmara de Vereadores.

A conclusão do Ministério Público do Rio (MP-RJ), noticiada pelo Globo, foi apresentada à 1ª Vara Criminal Especializada do Rio na investigação que apura a existência de funcionários fantasmas e se houve a prática de ‘rachadinha’ no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro entre os anos de 2001 e 2019.

O MP mapeou registros no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e descobriu que parte dos funcionários teve vínculos empregatícios formais enquanto estavam nomeados como assessores parlamentares, o que contraria o regimento da Câmara Municipal. Para o MP, há indícios de que “diversos assessores (…) não cumpriam o regular expediente na casa, podendo assim ser considerados ‘funcionários fantasmas’”, e com a possibilidade de que “a remuneração de seus cargos fosse desviada pelo agente público”.

Um deles trabalhou como técnico em laboratório de farmácia em um hospital na Zona Oeste do Rio, mas conciliou os trabalhos enquanto supostamente exercia função parlamentar.

O Ministério Público do Rio (MP-RJ) diz que há indícios de que declarações prestadas por quatro ex-funcionários de Carlos Bolsonaro (Republicanos), na investigação de rachadinha, foram “previamente combinadas” no próprio gabinete do vereador na véspera dos depoimentos.

O caso envolve os depoimentos de Edir Barbosa Góes, sua esposa Neula e seus dois filhos Rafael e Rodrigo Góes. O depoimento da família Góes foi prestado no dia 5 de novembro de 2019, uma semana depois da data originalmente prevista, 31 de outubro.

Isso porque no dia 30, véspera do depoimento, a defesa dos Góes solicitou adiamento da oitiva, alegando precisar de mais tempo para analisar os autos da investigação. No mesmo dia 30, Edir, Neula, Rodrigo e Rafael compareceram pela manhã ao gabinete de Carlos na Câmara Municipal — à época, apenas o militar reformado constava como assessor parlamentar —, onde permaneceram por cerca de três horas”.

Outros dois ex-funcionários investigados, Guilherme dos Santos Hudson e Guilherme de Siqueira Hudson também foram ao gabinete de Carlos na mesma data, no período da tarde, dias antes de ambos prestarem seus depoimentos ao MP.

Para os investigadores, a situação “sugere que o teor de seu depoimento tenha sido coordenado no gabinete”.

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