Ricardo Bruno
A disputa política em Campos dos Goytacazes sempre foi renhida, pontuada historicamente por ataques e acusações, várias vezes em tom bem acima do aceitável. A guerra entre os Garotinho e os Bacellar faz parte deste beligerante cenário de disputa entre grupos políticos da cidade.
Nos últimos anos, ambos os lados têm se mostrado irascíveis, passionais e distantes do equilíbrio recomendado a padrões de convivência civilizados. Neste fim de semana, contudo, o embate transbordou o terreno político para invadir o inviolável direito à preservação da integridade moral das famílias dos contendores. Coube ao deputado Rodrigo Bacellar romper os limites do confronto político para enveredar por ataques pérfidos à honra alheia.
O gesto foi repelido unanimemente pela classe política fluminense, até mesmo por adversários do clã Garotinho. Por várias razões: primeiro, porque revidou em um integrante da família, personagem lateral da disputa política, e não em seus desafetos originais. Para agravar ainda mais a situação, escolheu como alvo uma mulher, assacando de modo irresponsável e desleal contra sua honra.
Ao ultrapassar os limites toleráveis na disputa política, onde a rigidez de princípios nem sempre se faz presente, Bacellar abandonou as regras informais de tolerância firmadas tacitamente nas disputas de poder ao longo do tempo. Desrespeitou o código de ética não escrito mas vigente até mesmo em ambientes pantanosos – como na peleja política.
Se até aqui não se sabia exatamente de que lado estava a razão nesta rixa paroquial campista, agora a dúvida deixou de existir. Bacellar foi além dos limites.
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