RICARDO BRUNO

Um almoço na quinta-feira passada no Palácio Guanabara selou um promissor pacto político entre o ex-governador Garotinho e o governador Cláudio Castro. O encontro, do qual também participaram a ex-governadora Rosinha e o filho Wladimir, prefeito de Campos, foi marcado por reminiscências do período em que família comandava os destinos do estado. Afinal, era a primeira vez desde que Rosinha deixou o governo, em 01 de janeiro de 2007, que Garotinho voltava ao Guanabara.

O momento teve inevitavelmente alguma nostalgia. Garotinho reconheceu antigos servidores, rememorou as dificuldades enfrentadas naquele ambiente e traçou planos para o futuro – todos prevendo proximidade e reciprocidade política com Cláudio Castro. Castro reafirmou o compromisso de ajudar Wladimir na Prefeitura de Campos, que experimenta uma grave crise financeira herdada de seu antecessor.

Garotinho e Rosinha fizeram ainda uma demorada explanação sobre as políticas sociais que implementaram em seus governos, especialmente o Restaurante Popular e o programa Jovens pela Paz. Enfatizaram a importância de tais inciativas para ampliar a base social do governo. A atenção e a curiosidade de Castro sobre detalhes dos programas são sinais de inequívocos de interesse no aproveitamento das propostas.

A retomada do projeto de restaurantes populares já é um dos projetos centrais da gestão de Bruno Dauaire na Secretaria de Assistência Social. Aliado dos Garotinho em Campos, Dauaire deve reabrir alguns restaurantes ainda este ano.

Por mobilizar a juventude em áreas dominadas pelo tráfico, o Jovens pela Paz pode se tornar um instrumento social importante para envolver parcela deste segmento etário em atividades esportivas, educacionais e políticas, afastando-a da influência deletéria de grupos criminosos. Sem falar que os integrantes do programa Jovens pela Paz tornaram-se nos governos de Garotinho e Rosinha aguerridos defensores das políticas públicas da época, ampliando a base social do governo.

Garotinho sugeriu ainda a adoção de um programa de emergência fiscal com a suspensão por dois anos de todo incentivo concedido a empresas. A medida, segundo ele, poderá gerar uma receita extraordinária de cerca de R$ 1 bilhão/ano. O prazo em que os incentivos fiscais estariam suspensos seria acrescido a data do término da concessão. Assim, os incentivos se expirariam 24 meses após a data acordada incialmente.

Não será também surpresa se a deputada federal Clarissa Garotinho vier a integrar o primeiro escalão de Claúdio Castro nos próximos meses. A conversa está bem encaminhada.

De resto, pode-se afirmar que Castro e Garotinho devem caminhar juntos de agora em diante.