“Ninguém quer mudar o ministro. Mas a política externa vai mudar”, adverte Dr.Luizinho

RICARDO BRUNO A política internacional errática do governo do presidente Jair Bolsonaro está dificultando ainda mais a condução das ações de enfretamento da pandemia país. A opinião é do deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), presidente da comissão de controle externo da COVID-19 e um dos parlamentares mais próximos do presidente da Câmara, Arthur Lira. Em entrevista…

RICARDO BRUNO

A política internacional errática do governo do presidente Jair Bolsonaro está dificultando ainda mais a condução das ações de enfretamento da pandemia país. A opinião é do deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), presidente da comissão de controle externo da COVID-19 e um dos parlamentares mais próximos do presidente da Câmara, Arthur Lira.

Em entrevista ao Jogo do Poder, que vai ao ar no próximo domingo, ele fez o inventário dos principais erros e suas consequências desastrosas para a obtenção de vacinas e insumos imunizantes. A gravação atrasou por 10 minutos: o deputado precisou atender a um telefonema do Ministro Ernesto Araújo, cujo atuação tem sido duramente criticada pelas principais lideranças do Congresso Nacional.

– Ninguém quer mudar o ministro. Agora, não há dúvida de que a política externa tem que mudar, vai mudar. Não dá mais – afirmou Luizinho, durante o programa, elevando o tom num movimento similar ao do presidente Arthur Lira ao exigir alterações de rumo nas ações governamentais.

Lembrado de que o ministro desferira ataques coléricos e irracionais à China, dificultando enormemente o diálogo, Luizinho recorreu a uma frase do ex-presidente Fernando Henrique – “Esqueçam o que eu escrevi” – para afirmar:

– Ele terá de dizer: esqueçam o que eu falei.

Na quinta-feira (25), Luizinho participou, juntamente com o presidente da Câmara, de quatro exaustivas reuniões com autoridades chinesas, entre as quais o ministro das relações exteriores do pais e o embaixador no Brasil. Lira e Luizinho estão tentando fazer o que Ernesto Araújo não faz: construir pontes com o Governo da China, maior parceiro comercial do Brasil, origem dos insumos das duas principais vacinas brasileiras: a Coronav e a Oxford/Astrazeneca.

Após ressalvas de caráter pessoal – “ele é meu amigo” –, Luizinho, cujo nome é sempre lembrado como candidato potencial ao cargo, concordou com as limitações do general Eduardo Pazuello durante o período em que esteve à frente do Ministério da Saúde. Com férrea franqueza, afirmou que o Brasil “tem errado em tudo” no que se refere às ações de enfretamento da covid.

– De fato, está tudo errado – disparou, com a convicção de quem acompanha de perto o problema.

Na entrevista, ele lembrou a atuação da Câmara para viabilizar a compra de vacinas da Pfizer, com a aprovação em tempo recorde de um seguro para casos que produzam efeito colateral. A lembrança é introduzida na conversa para produzir um espécie de contraste com a inabilidade de Pazuello diante do caso.

Para Luizinho, Pazuello deveria ter pedido o boné, ou quepe para usar uma expressão militar, no momento em que fora desautorizado publicamente pelo presidente Bolsonaro , ao afirmar que compraria todas as doses da Coronavac. No dia seguinte, ao falar aos admiradores no cercadinho do Alvorada, o presidente contraditara: “Não vamos comprar nada”.

– Eu teria pedido para sair ali – comentou.

A entrevista com o deputado Dr. Luizinho vai ao ar domingo, às 22h30h, na Rede CNT de Televisão.

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