Quem são os eleitores do Rio que aprovam Cláudio Castro e Bolsonaro

Artigo – Fábio Vasconcellos O instituto Atlas Intel finalizou esta semana a primeira pesquisa de cenário eleitoral no Estado do Rio. Nesse momento, as sondagens de intenções de voto têm pouca precisão sobre a disputa que ocorrerá somente no próximo ano, quando as campanhas estarão oficialmente na rua. Os cenários testados agora ajudam mais os…

Artigo – Fábio Vasconcellos

O instituto Atlas Intel finalizou esta semana a primeira pesquisa de cenário eleitoral no Estado do Rio. Nesse momento, as sondagens de intenções de voto têm pouca precisão sobre a disputa que ocorrerá somente no próximo ano, quando as campanhas estarão oficialmente na rua.

Os cenários testados agora ajudam mais os partidos e lideranças na construção das estratégias. Se olharmos com essa devida cautela, as várias combinações de possíveis candidaturas mostram o deputado Marcelo Freixo (PSB) liderando a disputa, com índices que vão de 32% a 33%. O atual governador do Rio, Cláudio Castro (PL), aparece em segundo lugar, variando entre 19% e 20%.

Como sabemos, o presidente deve apoiar Castro ao Governo do Rio e espera que isso também resulte em apoios locais. A comparação das avaliações ajuda a verificar qual faixa do eleitorado apresenta proporções parecidas ou muito diferentes sobre Castro e Bolsonaro.

Esses cruzamentos, no entanto, têm alguma imprecisão porque a margem de erro geral da pesquisa (+ ou – 3 pontos percentuais) costuma ser mais que o dobro, sobrepondo, muitas vezes, os percentuais das categorias como escolaridade, renda, faixa etária, entre outros. Por conta disso, é mais interessante considerar quando há mais diferenças em pontos percentuais entre as categorias.

O primeiro dado que chama atenção é que Bolsonaro tem uma avaliação positiva no Rio bem superior ao registrado por Castro. Cerca de 46% dos eleitores aprovam Bolsonaro, enquanto o governador tem apenas 24%. Ou seja, aparentemente Castro tem mais a ganhar colando com o presidente do que o contrário. Sua desaprovação é bem superior também que a de Bolsonaro no Rio.

O recorte por escolaridade mostra uma distribuição da avaliação de Castro e Bolsonaro muito parecida no grupo que tem apenas o ensino fundamental: aprovação maior que a desaprovação. Entre aqueles que têm o ensino médio, o comportamento é parecido, mas com sentido invertido. Mais reprovação que aprovação. No caso de Bolsonaro, esse dado é um pouco mais equilibrado (45% aprovam e 54% desaprovam). Essa distribuição é parecida entre os eleitores com ensino superior. Tanto Castro como Bolsonaro são mais reprovados que aprovados nesse grupo.

Já avaliação do governador e do presidente por faixa de renda do eleitor mostra que Castro é reprovado entre aqueles que ganham até R$ 2 mil (51%), enquanto Bolsonaro tem mais aprovação (53%) nesse grupo do que reprovação (36%). Tanto Bolsonaro quanto Castro são mais reprovados do que aprovados na faixa que ganha entre R$ 2 mil e R$ 3 mil.

A maior reprovação de Castro e Bolsonaro ocorre entre aqueles que ganham acima de R$ 10 mil. Castro é reprovado por 80% desses eleitores, enquanto Bolsonaro, 70%.

Cláudio Castro e Bolsonaro são reprovados entre os eleitores de 16 a 24 anos (64% e 53%). Bolsonaro, no entanto, tem um percentual elevado de aprovação nesse grupo: 43%. O governador e o presidente registram aprovação maior que a reprovação no grupo que tem entre 25 e 44 anos (42% e 60%). A maior reprovação de Castro por faixa etária do eleitorado ocorre entre aqueles que têm entre 35 e 44 anos (75%), já Bolsonaro entre os que têm de 16 a 24 anos (53%)

A religião costuma ser um recorte importante no Rio, especialmente no grupo dos evangélicos. Aparentemente, Castro pode se beneficiar colando sua imagem em Bolsonaro. Ele é aprovado por 67% dos evangélicos do Rio, enquanto Castro é mais reprovado (41%) do que aprovado (32%). Entre os católicos, tanto Castro (64%), quanto Bolsonaro (62%) são amplamente reprovados.

* Fábio Vasconcellos é doutor em Ciência Política pelo IESP, mestre em comunicação pela UERJ e graduado em Jornalismo. Trabalhou por 19 anos em redação de jornal (O Globo e Jornal do Brasil).

Veja o artigo e os gráficos no Blog do Fábio Vasconcellos

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