Temer, a terceira via

Átila Nunes* Parte dos dirigentes do MDB nacional se surpreendeu e até criticou a atitude de Michel Temer em intervir visando a pacificação na crise institucional em que vivemos. Como presidente da Fundação Ulysses Guimarães RJ, dirigi-me aos dirigentes do MDB nacional. Sabendo ser o único brasileiro capaz de impedir que o Brasil incendeie de…

Átila Nunes*

Parte dos dirigentes do MDB nacional se surpreendeu e até criticou a atitude de Michel Temer em intervir visando a pacificação na crise institucional em que vivemos.

Como presidente da Fundação Ulysses Guimarães RJ, dirigi-me aos dirigentes do MDB nacional.

Sabendo ser o único brasileiro capaz de impedir que o Brasil incendeie de vez, causando até mortes, Temer disse basta de falta de diálogo.

Hoje, entre os 213 milhões de brasileiros, um único cidadão tem o poder de intervir e conter essa crise institucional: Michel Temer.

Ele agiu como estadista. Como teria feito Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Barbosa Lima Sobrinho, Juscelino Kubitschek, Mario Covas, Nelson Carneiro e tantos outros.

Participei em 1973 da votação da anti-candidatura de Ulysses/Barbosa Lima Sobrinho contra o mais cruel ditador do regime militar, que foi Médici.

Qual seria a justificativa justamente de uma “eleição” em plena ditadura, eleição essa sem qualquer legitimidade popular? Ele não estaria legitimando a eleição encenada pela ditadura?

Não havia chance de vitória num Colégio Eleitoral em que a Arena tinha mais de 80% dos votos, mas a proposta era denunciar o regime ditatorial, a violação de direitos e a farsa eleitoral.

Disse Ulysses na convenção: “Não é o candidato que vai percorrer o país. É o anticandidato, para denunciar a antieleição, imposta pela anticonstituição que homizia o AI-5, submete o Legislativo e o Judiciário ao Executivo; possibilita prisões desamparadas pelo habeas corpus e condenações sem defesa, profana a indevassabilidade dos lares e das empresas pela escuta clandestina, torna inaudíveis as vozes discordantes, porque ensurdece a nação pela censura à imprensa, ao rádio, à televisão, ao teatro e ao cinema”.

A plataforma do anticandidato era centrada na revogação do Ato Institucional n° 5 (AI-5), no retorno do país ao Estado de Direito com liberdades democráticas e pela convocação de uma Assembleia Constituinte. Essas reivindicações iriam unificar a oposição democrática nos anos seguintes.

E tudo isso ocorreu porque Ulysses aceitou correr o risco de legitimar uma eleição fajuta.

Bolsonaro sai dessa crise como um anão e Temer como um gigante

Temer pode ter sido alçado como opção para a 3a via, tão desejada pelos brasileiros que clamam por paz no país.

E é justamente o MDB, tão demonizado no passado, que surge agora como o ponto de equilíbrio numa nação devastada pela desarmonia entre os três poderes.

Átila Nunes é deputado estadual pelo MDB

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