Sandra Cavalcanti, uma conservadora que aprendi a respeitar

Por Paulo Baía Não posso dizer que sempre discordei da professora Sandra Cavalcanti. Na Assembléia Nacional Constituinte tivemos uma produtiva e eficiente convergência em variados pontos, em especial direitos sociais para mulheres, crianças e adolescentes. Tive enfrentamentos diretos com ela ao longo dos anos 1970 e 1980, principalmente em 1982, em que cerrei fileiras com…

Por Paulo Baía

Não posso dizer que sempre discordei da professora Sandra Cavalcanti. Na Assembléia Nacional Constituinte tivemos uma produtiva e eficiente convergência em variados pontos, em especial direitos sociais para mulheres, crianças e adolescentes.

Tive enfrentamentos diretos com ela ao longo dos anos 1970 e 1980, principalmente em 1982, em que cerrei fileiras com o amigo e companheiro de muitas lutas desde 1970, Miro Teixeira, para o governo do Estado do Rio de Janeiro.

Em 1987, logo no início da Assembleia Nacional Constituinte, tinha muito má vontade de conversar com Sandra Cavalcanti, mas tive reuniões memoráveis e pedagógicas com ela.

Sandra Cavalcanti tinha ideias bem definidas sobre o Brasil, a cidade e o estado do Rio de Janeiro, sobre a política nacional e nossa realidade social.

Não fiquei amigo da professora e deputada Sandra Cavalcanti, mas aprendi a respeitá-la.

Sempre estivemos em lados opostos.

Sandra era uma conservadora convicta.

Nunca se arrependeu de nada que fez, embora em conversas tenha me dito que agiria diferente em várias ações em que foi protagonista nos anos 1960 e 1970.

Sandra Cavalcanti, além de deputada Constituinte importante de 1987/88, foi também Constituinte do estado da Guanabara em 1960 e do novo Estado do Rio de Janeiro em 1975.

Foi uma ativa militante conservadora ao longo dos seus 96 anos de vida.

Meu respeito à Professora Sandra Cavalcanti.

  • Paulo Baía é cientista político, sociólogo e professor da UFRJ

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